Autênticos

3 gotas de arco-íris

Estive aqui a pensar (sim, bem sei que o faço demais, e se alguma das pessoas que repetida e carinhosamente me pede para o não fazer ler isto, peço que me desculpem). Escrevi ontem que "há pessoas (...)". Hoje tive a confirmação disso. A certeza, no meio das minhas incertezas.

Cativar(-me), é isso que essas pessoas conseguem. Criam uma teia de genuinidade em mim como raramente esperaria encontrar num outro alguém. Dão e sem saber, o maior dom que consigo conceber. São, na mais pura imperfeição das suas almas, o que as torna tão reais e frágeis como admiráveis. Penso que são o infinito disfarçado de pessoas, e que me tocam, cada uma à sua especial forma de ser, com a ponta dos dedos, virtuais ou não, mas sempre de forma autêntica. E nada se poderá comparar à felicidade que sinto quando as sei, no seu silêncio ou nas suas palavras esclarecidas.

E é assim que as espero, como a raposa, porque me deixo cativar após as desilusões. De verdade, e em verdade.

Desculpem o trejeito sentimental, mas hoje, só o pensar-vos me bastou para que um sorriso me invadisse ternamente. Sem nomes, porque vocês sabem, um a um, o que me dão, sem nada me pedir em troca.


Grau zero

2 gotas de arco-íris

Há pessoas que nos lavam todo o medo todas as feridas ... Que nos mostram que somos, que existimos. Tocam-nos e dão-nos vida.

Somei-me hoje. Refiz-me de milhares de atómos aglutinados, renasci do virtual monocromático que fui. E agigantei-me perante mim mesma, reconheci-me no reflexo sonolento que se esfumou e se metamorfoseou no meu mundo complexo, cheio de cores vibrantes e luz quente, acolhedora e tão minha como há eras não a via. Cresci, medi-me, e aceitei que há eus que não posso negar de mim, que afago e aconchego, que de tão grandes que são mal contenho e creio serem meus.
É bom sentir-me novamente, saborear o ar e desfiar as cores em segredos e palavras, serenar o cansaço e dizer-me apenas que sou. E gostar. De mim, do que sou. Do que não fui e me recuso a ser.
Reconhecer as minhas pegadas,
As palavras de ontem e de hoje,
Sem amarras nem âncoras ferrugentas,
A tua mão que apaga o meu caminho,
Mas não a minha noite,
Nem a minha luz ...

Há quem ame velhas glórias. Eu amo pessoas.


Sem coincidências

2 gotas de arco-íris

Olha bem para mim. Vá, demora-te um pouco, eu finjo não te ver, se preferires. Mas olha. E vê. Repara como te estendi a mão, como te sorrio. Como sou franca e forte e alta. Vês? Consegues sentir no ar o cheiro da minha força, que não se intimida mais com o teu silêncio? E ouves? O som dos meus passos confiantes e decididos?
Parece que não, que guardas de mim apenas o retrato frágil e descolorado que te dei há uns meses. Apenas o sorriso de te ter a meu lado. Ainda me dás sorrisos, para achares esse retrato mais verdadeiro que estas palavras?
Sabes que tenho muitos defeitos. Um deles será sempre o de ter a última palavra para contigo. Venço-te assim, na pureza da minha mão que te estendo e rejeitas num silêncio desmedido. Estás contente? É que eu vou estar. Acredita, se fores capaz. Por isso, se calhar era mesmo melhor olhares para mim ...


Baile sem máscara

2 gotas de arco-íris


Fechar os olhos e saber que nunca se fecham para sempre.
Saber que fechar os olhos é derramar cores suaves na alma, aconchegá-la numa manta de ternura e dizer-lhe baixinho "gosto de ti".
Há cores de nunca, verdes tropicais e exóticos, como na terra de quem nunca cresce e voa apenas com pózinhos mágicos. E o nunca deixa de ser uma gruta para se tornar numa floresta de sons e sensações. Não mais será o desespero, nunca nunca mais.
Fechar os olhos e saborear o sempre. Palavra aberta, de fios macios e toque leve resplandecente. Para sempre é tão claro. Dizer "gosto de ti para sempre" é dedilhar uma harpa longínqua, dourada e azul, em que apenas os dedos se apercebem do quão harmonioso é o sempre.
Fechar os olhos e sorrir por dentro. Embalar o gesto na pausa gentil. Ser, apenas ser, um nada feito tudo. Assim, aos poucos. Assim ... só aos poucos, num fechar de olhos imenso, que é afinal um abrir de alma.
Nunca parto. Fico sempre.


Encostar a cabeça e saber que existo, assim, eu.
Só isso me basta.


Entre teias

1 gotas de arco-íris

Vais ficar assim, calado?

Tu é que te calaste como se eu tivesse cometido um crime. Agora não vale a pena olharmos para trás. Tu és assim …

Nunca tivemos nada, pois não?

Podíamos ter tido, podíamos…

Podíamos, se não tivéssemos tanto medo de nós. Sei que não entendes, mas agora também não quererás entender.

Pois não. Agora é tarde. Já falámos demais e já calámos demais.

Vamos continuar calados?

Não temos nada para dizer, só os bons dias que às vezes nem te dignas a dar.

Eu sei. Mas não me apetece, sabes? Dar-te os bons dias, para quê? Não era assim que te queria conhecer.

Era como?

Agora não vale a pena, lembras?
Vamos ficar calados.

Vamos.


Desprezo

2 gotas de arco-íris

Quando eu for morres de saudades ...
Estás errada ...
Em quê?
Em tudo ...
Desculpa??
Dá-me um tempo e ja te respondo ... a sério
Em tudo.
Não te usei. É uma história complicada.
Porra, tu tinhas percebido o q eu sentia ...
O quê? E qual foi o meu erro então?
O teu erro? Foi precisamente esse, saberes o que eu sentia e não teres posto logo um ponto final à coisa.
Porque é muito fácil e deve saber muito bem termos alguém que gosta de nós e tal, isso deve saber muito bem, e a ti também, não és excepção... Não estou nem aí para a complicação, fico feliz por ti, a sério que fico.
Estás a ser injusta.
Estou?
Alguma vez eu me senti bem com isso?
Vais dizer-me que não sentiste? Que não é bom para o teu ego teres alguém a gostar de ti?
Não.
Óptimo, é bom ler isso ... melhor ainda, porque não o disseste antes?? Ou melhor, é estranho sentir que era como se eu fosse uma das tuas outras amigas ...
Mas dizer o quê?
Mas o que tu és?
Sei lá, que queres que te diga ...
Agora não vale grande pena dizeres grande coisa ... o que é que eu sou, perguntavas tu... pois, boa pergunta e francamente, continuo a achar que podias ter dito qualquer coisa ... mas pronto, isso foi contigo ... não que valha muito a pena agora, como te disse, eu é q não consigo ficar com as coisas atravessadas, la está, é das coisas q não chegaste a perceber em mim.
Mas não percebeste. Sei lá como reagir com essas situações.
Desculpa, mas não consigo empatizar com a tua inexperiência. Se sabes que podes magoar uma pessoa não me parece que tenhas de ter muita experiência ...
O quê? Mas preferias desprezo?
Não sabias fazer uma coisa simples tipo falar sobre isso?
Mas falar o quê? Ia eu puxar a conversa?
Mas estás magoada porquê?
(...)
Bem ... estou muito cansada. Vou dormir, não há muito mais a dizer.
Fica bem.


Ponto

1 gotas de arco-íris

If you wanna be my friend
You want us to get along
Please do not expect me to
Wrap it up and keep it there
The observation I am doing could
Easily be understood
As cynical demeanour
But one of us misread...

And what do you know
It happened again


A friend is not a means
You utilize to get somewhere
Somehow I didn't notice
friendship is an end

What do you know
It happened again

How come no one told me
All throughout history
The loneliest people
Were the ones who always spoke the truth
The ones who made a difference
By withstanding the indifference
I guess it's up to me now
Should I take that risk or just smile?

What do you know
It happened again
What do you know


Kings of Convenience - Misread
Será que nunca mais fechamos o ciclo? Não te mato de vez? Não me matas outra vez? Sabes-me a pouco neste silêncio vigiado.
Deixa-me ficar aí, nesse ponto fugidio para onde desvias o olhar quando me vês.


Porque sim

3 gotas de arco-íris

Porque te amo. Porque tenho saudades tuas. Porque não sei o porquê da falta que me fazes. Porque não sabes essa mesma falta. Porque não me vês. Porque não existe maldade em ti, porque és tão somente diferença.
Porque me apeteces. Porque sim. Porque és um número. Porque me pintaste. Sei lá o porquê. Há palavras que não sabem o valor que têm...

Estás de volta, sem o estares. Também eu.
Estarei no rumo oposto ao teu, e se calhar apenas em paralelo.
Perdoa-me, amanhã serei novamente a ave negra que nunca verás.


Negras como a noite

2 gotas de arco-íris

As asas ... sempre as asas ...
Brancas e leves frente à ocidentalíssima praia lusitana, num imenso azul que se estende e apela ao voo. Um sonho, uma falta de ar que eleva a alma. Paz, só paz, asfixiante e libertadora. Pronta.
Noite, a noite, a mais esperada. O sorriso, o movimento longe. This is not for you, rasgo o ar e expludo os pulmões para te sussurrar estas palavras. She dreams in color she dreams in red, can't find a better man. Entendo, recebo a mensagem da multidão em chamas. Vivo, respiro, aspiro frenética a felicidade em gotas. A luz, as mãos, sorrisos e realidades feitas sonho. Liberto-me, crua e seca, renasço no som que ecoa e se junta ao som das gargantas unidas. Até chegar o negro.
I know someday you'll be a star in somebody else's sky, but why can't it be mine?
Deslizo para o buraco negro que sou. Desmorono. Caio e afundo-me na cadeira suada. Nada. Fundo, acordo e vejo. Esventro-me, desfaço-me sem ninguém ver. Sou. Nada, nada, nada, e repito-o à exaustão dormente durante cinco minutos e quarenta e três segundos. Repito-o enquanto murmuro as palavras mais amargas e doces que me levaram ali. Nada. Nada.
Depois o fim e o abismo. Estendo as asas negras diluídas na noite. Mato-me no corpo que abraço. Corpo e calor. Mãos que se entrelaçam, copos que se trocam, promessas vazias. Corpos. Calor corporal, frio humano. Não penso nem sinto. Nada. Dou-me sem me dar, e nego-me. Encho-me de nada, transbordo de negritude, de nada, sou um buraco negro, e alimento-me de nada. Morro. Fria. Sem remorsos.
Isto é o que eu sou.
Nada.


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