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1 gotas de arco-íris

Não me apetece escrever-me. Posso só mandar à merda as fraquezas dos outros, que é a mim que corroem?


longe...

0 gotas de arco-íris

...estão os braços serenos onde adormeço todas as noites... não os encontro quando os procuro, apartados de mim, parece que apenas existem para mim.
O riso ecoa na memória feita de papel e a carne tosse pedaços internos de solidão. Apanho os vidros do chão, são pedaços da tua folha. Escrevi-a numa tarde de outono ou numa manhã de inverno, enquanto estavas à lareira, no outro ponto da casa onde não vivemos. Ainda recordo o restolhar dos passos lá fora, as árvores a beijar o céu frio. E o fogo, que dançava para nós, cambiante das flores que apanhaste para mim com as mãos do abraço que nunca demos.
Apartamo-nos do sol e ficou frio. E ainda assim, de cada vez que o meu coração se atear em fogo, em carne, em sangue, é para ti que irá...

['cause to the universe i don't mean a thing, and there's just one word i still believe, and it's love]


RGB

0 gotas de arco-íris

r
És a água do meu dia. Descubro-te o rosto e vejo o vácuo que somos. O medo cerrado em paredes nuas e frias. Os gestos meio esboçados, a ânsia mal contida. No meu arco-íris serás sempre a cor primária. O quente num sono que se partilha algures num mundo distante. Átomos e fenómenos surreais de química que não puderam gerar mais do que um calor que não encarna em nós. Fica e reside nos olhos distantes. Pinto-te a lápis de cera, daqueles que inundam os poros da pele e fazem parte de qualquer imaginário, daqueles que aquecem o dia e o raiam de vibrantes olhares. És. Mudas, cresces, permaneces, és ... e ficas. Inferno da vida, não digas mais nada...
g
Sou ímpar nas alturas. Rasgo a carne a quem se atravessar no meu voo, ainda que não seja por mal. Tenho um vórtice de perdição, algures entre a terra e o mar, algures entre a linha do comboio e o café da esquina. Tenho toda a ternura em mim e sou fácil de entender quando não sou eu. As minhas orelhas ouvem e não traem, e os meus lábios juntam-se na ausência do olhar. Sinto e penso, sem pensar e sem sentir, sem ficar e sem mentir. Carrego-me enquanto me liberto e no final, apenas encontro o vazio onde o julgamento me pontapeia o cérebro. Sou o contra avesso à mágoa. E no fundo, sou o nervo da vida que se esvai pelos minutos em que não me sou. Meu sonho é não acordar (no fim)...
b
Dias há em que a história rodopia sobre si mesma. Em que o tempo se amontoa numa sequência de momentos desconexos. São os teus dias. Em que o afago da incerteza me sabe bem. Em que o reflexo me mostra uma cara rota e asfixiada, que olha para ti, voraz e imerecidamente. Trazes a ternura e a loucura numa onda só.Rebentas em mim e sou pedra. Partilhamos corpo e alma, somos um. Não o sendo. A vida não foi feita para nós. Somos uma inequação matemática, sem resultado admissível, sem prova de recurso. Seríamos um quadro bonito, aguarela quase intensa. Se não fosse eu, a ver-te nos bastidores, quase desejando que abandones a peça antes que o público bata palmas, esquecendo que eu sou o público. Contemplo-te na ténue luz do palco, gigante no sorriso e na candura, na abertura e no fechamento. És uno. Para ter paz para dormir para fingir acordar.



... sou todos os tecidos que num tear se submetem às mãos de quem tem a arte de com um simples toque do olhar, fazer renascer os corações mortos em todos os dias da ausência do meu lar. e vivo num trapézio ...


the fisherman's death

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Caiu num dia que traria infâmia, como era hábito na família. Uns morrem quando outros nascem, ou quando se casam, ou quando celebram. Caiu e quedou-se na memória dos que um dia o ouviram falar de peixe, qual Hemingway abraçado à sua cana de pesca. 
Homem rijo, vigarizou a vida com a sua vontade de viver mais além e mais do que o destino lhe tinha escrito nas páginas iniciais do universo. Eventualmente ficam umas manchas na sua honestidade, uns quaisquer cravos na sua passagem, mas a quem desconhece o medo da viagem à bolina perdoam-se algumas imperfeições. Mais ainda a quem comprava pêssegos na praça para alimentar cães de raça.
Raça teve-a ele. Fechou as portas à morte até a cansar, abriu o peitos às balas dos cirurgiões tantas vezes como as que soprei velas no meu aniversário. E agora parte.

Beba-a  de um trago só...


Insistir no Zero ...

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Descobri que sou um zero com asas. De chocolate. Por vezes da cor do teu sangue, outras vezes, nem tanto assim. O vento entranha-se na distância e sussurra-me as linhas que escrevemos na palma da mão.
Não preciso de mais nada para que o simples fenómeno de respirar ganhe sentido. 


E não foi assim que o tempo nos fez

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Entras. Não pela porta transparente que te fechei tantas vezes. Entras, esvoaças saltitante pela janela dentro, como se soubesses que sempre te esperei na trémula luz artificial. Poisas ao meu lado e aí ficas. 
Olhas. E pela primeira vez, sei que me vês. E eu, amor, que me esqueci de por a fita colorida no cabelo, ou pintar os lábios, ou colocar qualquer adorno, violeta, já sabes. E vês-me, assim, como sou, como sempre fui enquanto te esperei noites a fio. 
Entras, a medo, sem saberes ao que vens. Também não sei, amor. Ficas, e também não sabes porque persistes ao meu lado. E sabes, como eu sei, sentes, como eu sinto, que estás onde sempre deverias ter estado. Aqui. 
E és luz a gotejar rumo aos meus olhos cegos, que cansaram de maldizer a escuridão. És dor que a pele espera, és cravo, és sangue, és morte lenta e és vida fugaz. Eu sou tudo isso em ti, quando nos encontramos na esquina do olhar. Somos isso, a medo, com medo, mas não há retrocesso no brilho escondido nesta rua. Fica...


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