E não foi assim que o tempo nos fez
Em 03 março 2008 choveram pedacinhos de Green Tea | E-mail this post

Entras. Não pela porta transparente que te fechei tantas vezes. Entras, esvoaças saltitante pela janela dentro, como se soubesses que sempre te esperei na trémula luz artificial. Poisas ao meu lado e aí ficas.
Olhas. E pela primeira vez, sei que me vês. E eu, amor, que me esqueci de por a fita colorida no cabelo, ou pintar os lábios, ou colocar qualquer adorno, violeta, já sabes. E vês-me, assim, como sou, como sempre fui enquanto te esperei noites a fio.
Entras, a medo, sem saberes ao que vens. Também não sei, amor. Ficas, e também não sabes porque persistes ao meu lado. E sabes, como eu sei, sentes, como eu sinto, que estás onde sempre deverias ter estado. Aqui.
E és luz a gotejar rumo aos meus olhos cegos, que cansaram de maldizer a escuridão. És dor que a pele espera, és cravo, és sangue, és morte lenta e és vida fugaz. Eu sou tudo isso em ti, quando nos encontramos na esquina do olhar. Somos isso, a medo, com medo, mas não há retrocesso no brilho escondido nesta rua. Fica...
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