Cruamente feliz
Em 14 agosto 2006 choveram pedacinhos de Green Tea | E-mail this post
O mundo espera cheio de tudo ... sorrio quando o ouço. E sei que fala de mim, por mim, para mim.
A terra sangra em poeira e argila quando me ocorre a solidão, quando ela me sorri e acena de longe. Mas hoje a solidão foi de férias e há um sorriso incontornável e indelével nos meus lábios. Há um sopro de frescura cheirando a novidade, a pausa merecida, a caixotes por erguer nesta urbana rotina que me vem sufocando e ajudando a não pensar.
Há um horizonte cheio de cores à minha espera, um arco-íris sem fim, mesmo aqui ao lado, no rosto deste senhor que não entende que o olho porque necessito de ver o ser humano, e não apenas olhar contemplativa o seu mundo, na palma da mão daquela criança que esfarelou um bolo de chocolate na sua saia ...
Eu sou tudo isto e mais, tanto mais. Bebo desta realidade tanto como a leio e escrevo e penso. Devoro a sua crueza nua e abro os olhos à dor que espreita. Chama-me tudo, mas não ingénua. Sou uma voadora nata, um trapézio para quem me teme. Sou da espécie de vampiro que escuto agora, bebo o sangue não em banquete real, mas em necessidade pura, em avidez total. A dádiva de ver, de ouvir e escutar, de saber ler nas estrelas os segredos dos lábios, de conhecer o toque cúmplice e distingui-lo do roçar hesitante. Sei, porque me sei, e porque a vida me ensinou que não há nada capaz de parar o turbilhão de sensações que ela nos oferece.
Se temi as minhas asas foi por receio de não haver voo de outro ser à minha altura. Na ausência verde e fechada da solidão estendo-me para pairar e sonhar inatamente. Só assim vivo. Nada evito hoje, que o letreiro anunciou férias, e também eu as mereço. Nada mudo, apenas me reconheço espelhada no vidro dos prédios que observo. Não há medo, apenas verdade exacta e mutável. É o meu rosto, são as minhas mãos. As minhas asas não. Não se vêem. Sentem-se. Amam. É para isso que servem.
Quem sou eu para lembrar que a tua presença me arrasta?
Quem és tu para me arrastar?
Mas hoje a solidão foi de férias e há um sorriso incontornável e indelével nos meus lábios. Há um sopro de frescura cheirando a novidade, a pausa merecida,
E ainda bem. Ainda bem que há pausas, para podermos recuperar o fôlego para o próximo passo. Porque o próximo passo não se sabe quanto vai exigir de nós. E como acho que a vida é uma espécie de onda, que vai e vem a boa e a má.., depois de momentos de tumulto, haverá momentos de calma. E ao contrário, e sem esta ordem, sem esta linearidade.
Chama-me tudo, mas não ingénua. Sou uma voadora nata, um trapézio para quem me teme.
sim. linda a imagem do trapézio
Sei, porque me sei, e porque a vida me ensinou que não há nada capaz de parar o turbilhão de sensações que ela nos oferece.
:) Ás vezes é bom só ouvir e observar o que se passa em redor. Usufruir de pequenos nadas que nem são nossos. Mas acabam por ser.
Se temi as minhas asas foi por receio de não haver voo de outro ser à minha altura.
sim
gostei mt da frase.
É o meu rosto, são as minhas mãos. As minhas asas não. Não se vêem. Sentem-se. Amam. É para isso que servem.
Ás vezes basta apenas que alguém as sinta.
Quem sou eu para lembrar que a tua presença me arrasta?
Quem és tu para me arrastar?
final fantástico.
[aqueles meus sims era tipo hm hm sim, concordo, revejo-me :P ]
Take care
*
B.