Nos punhais que me cravam habitualmente encontro uma dor familiar. Uma dor que reconhece a fraqueza de uma esperança afogada em torrentes de dúvidas e desfasamentos.
É cruel saber o bem que faz o silêncio quando as palavras são meras letras desordenadas e parcas em significância. Podiam ser números que não as sentiria menos. Podiam ser pintadas a ouro que não gostaria mais delas. Antes a mudez.
Mas não a tua mudez, não as tuas palavras. As tuas fazem-me bem. Leio-me quando as leio. Num espírito atormentado e genial, a tua doçura é refrescante. Se a noite te vela, expandes-te, se te protege, banhas o luar das palavras com retalhos de luz feitos som puro e escrita que apetece tocar, pegar e embrulhar para guardar junto ao peito.
És tanta coisa. Dás tanta coisa ... não me lembro se alguma vez te disse. Digo agora. Porque és tu, e me apetece. Apenas isso.
para B
0 Gotas que choveram em “Aspas”
Enviar um comentário