Dentro do tempo


Enviar esta chuva por e-mail



Remember me (?)



All personal information that you provide here will be governed by the Privacy Policy of Blogger.com. More...



Sinto que o tempo pinga lentamente das torneiras de vozes que nada me dizem. Não entendo nenhum dos sons, nem me esforço, porque sei de cor o que matraqueam. Posso repeti-lo aqui, a qualquer hora, em qualquer lugar. Não me importa.
Só me preocupa o tempo a escorrer aos poucos em gotas grossas e a fazer um som estranho ao cair no chão que sou eu. Como se uma voz ao longe me incitasse a acordar. Mas acordar como? Sempre supus estar desperta ... Acordar parece-me um pouco paradoxal, mas sempre ouvi dizer que a voz que não se vê tem, regra geral, alguma razão.
Levanto-me enquanto me deixo estar sentada, e enquanto os meus olhos fitam atentamente o que todos vêem, deambulo pela sala, deixo o ar condicionado no frio demais, não vale a pena mudar, estou de saída. Estaremos sempre de passagem, não é?
Chego finalmente à rua. Ar puro, ou nem por isso. Mas aqui o tempo não escorre nem pinga, está acumulado em poças. Paragem do autocarro, não me apetece. Vou a pé, ainda tenho de voltar para a aula antes que acabe, não me posso esquecer.
Passeio, carris, automóveis indignamente estacionados, homens a cuspir no chão, arrumadores de automóveis indignamente estacionados, cães a passear crianças, crianças a passear adultos, eu a passear-me a mim ... e a tentar fugir das poças.
Cheguei ao rio. Esqueço a estação a abarrotar magotes de gente, deixo as pessoas como pano de fundo das músicas que integram a banda sonora das minhas noites claras, e estou só, à espera de saber afinal de que é suposto acordar. Está calor, e começo a maldizer a caminhada, doem-me os pés e agora que faço, para que vim? Não que me sentissem a falta, devo acrescentar ...
Do meio do rio, a voz ergue-se lentamente entre o roçar das ondas entre si. Não a vejo, ainda bem, é sinal que continua a ter razão. Sinto que me chama, mas para onde?
O calor na minha mão, percebo-o só agora, parece que queima, mas docemente. Abro a mão, curiosa, como sempre, e pronta para quase tudo. O quase encontrei-o apertado e a desenhar-me a fogo a mão. Incandescente, a minha estrela, a peça. Já a tinha esquecido, céus, pensava que a tinha deixado segura em casa, mas de onde veio?
Sinto as pernas dormentes, um formigueiro no peito, já sei onde tenho de ir. Desço as pedras outrora brancas que ladeiam o rio, olho para trás, ninguém, os magotes de gente não estavam destinados a estar aqui. Sem hesitar, não eu que hesito por tudo e por nada, mas a minha estrela em forma de peça de puzzle, avanço. Um pé. Outro a seguir. Assombro. Flutuo, flutuo, flutuo e flutuo, apetece-me gritar mas tenho receio de me afogar no entusiasmo. Não, medo não tenho, talvez temor e um imenso respeito. Sigo até à voz, e de repente ...
Está frio na sala, e o tempo pinga lentamente das torneiras de vozes. Olho o relógio no pulso, está quase ...



Sobre mim

  • Nome Green Tea
  • De eu vim de outra esfera
  • pessoa pensante cheia de ideias e dúvidas
  • O meu perfil

Estrelas em ordem

    A fim de evitar spam, os comentários a este blog estão sujeitos a um tempo de espera antes da sua publicação.
Music Video Codes em VideoCure.com
Caixa Postal

Ouvindo

Inspirações da semana

O meu last.fm

Arquivos e supernovas

As minhas outras chuvas

Chuvas identificadas

Estou no Blog.com.pt
CURRENT MOON

moon info

Pedacinhos de outras cores

Momentos 5 estrelas

Blogs 5 estrelas

Têm vindo cá ...

Responsabilidade

Support Amnesty International
As bijuterias da Maria
The animal rescue site
The child health site
The hunger site
ATOM 0.3