Há luz lá fora
Em 08 junho 2006 choveram pedacinhos de Green Tea | E-mail this post
Espreguiço-me lentamente ...
É a meio da tarde que o dia mais me pesa, e a noite vem lavar-me da minha condição.
O pintor escolheu tons de azuis e alaranjados fortes para me brindar, fez do céu a sua tela e brincou às caricaturas. Sentei-me no chão a apreciar a sua destreza simples e surreal. Comovo-me perante a sua arte, e reduzo-me ao papel de espectadora, deixo-me ir na sua magia, corro o risco de me perder, ou talvez de me encontrar.
O meu olhar vago protege-me, flutuo nas sombras que crescem a cada instante, e envolvo-me na noite e nas estrelas, cheguei a casa.
Há muita confusão em mim neste momento, muitas pessoas a traçarem rumos paralelos e convergentes ao meu, muitas palavras que se dizem sem se medirem e se saborearem como deveriam, há muita cinza ainda. Estranhamente, sinto-me bem, seja lá isso o que for. Agora sim.
O meu caos é quente. É imenso e vasto, cheira a rua e a fumo. Deforma-se a cada segundo, e perde-se em si. Lágrimas cheias de sal não lavam o nosso mal, e lambo as minhas feridas. Agiganto-me perante a ténue e fugidia linha entre o amor e o ódio, porque os sentimentos nunca são neutros, nunca são pacíficos, mas são doces. Recuo uma lágrima que teima e persiste em me contradizer, mas não a solto, ela que morra dentro de mim, porque há luz lá fora.
E eu quero que haja luz em mim ...
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