E agora que me sinto violenta
Em 22 outubro 2006 choveram pedacinhos de Green Tea | E-mail this post
Apetece-me esmagar-te essas asinhas cintilantes que me irritam na falsidade de uma alegria que não tens. Mas talvez desfazer-te só a asa esquerda, a direita arranco-a à dentada, talvez te morda também o tronco e te esfiampe os músculos, os puxe lentamente enquanto agonizas e te esvais numa hemorragia de merda.
E se uivares em socorros e gemidos de incompreensão, talvez ainda te empurre contra uma parede de brasas incandescentes, talvez te queime com um atiçador, nessa tua cara que não sabe ser mais do que a máscara inerte de quem não tem rosto.
Aliás, tudo o que tens é de brincar, nem chega a ser vivo. Aliás, lembro-me que te matei. O que fazes ainda aqui?
Apetece-me também e cada vez mais que o teu nariz escorra todas as ausências e insuficiências em forma de mucos e viscosidades. Sangue não.
Não tens sangue. Não tens nada a não ser terra, corpo vil, e um sorriso. E umas asas. Perfeitas. Feitas de mim. Devolve-mas.
espectacular o final ;) **