Derreto, congelo, mudo, morro. Para nada. Estás opaco desse lado. És tu, sim, mas não destróis o gelo com o teu calor. Apenas sorris. Longe, de longe, quase te sinto colado à água dura. E só vejo azul, estou cansada de ver ... gelo, água, as nuvens densas do meu respirar. Não respiro já. Estou dormente. Por dentro e por fora. O meu sangue é apenas duro e morto. A minha pele está azul e quase morta, caída no chão onde me enrolei para me despir de ti. Tu olhas. De fora. Translúcido e azul. Quase que ris. Quase que sabes.
Pegas no cubo, fitas, miras e desprezas. E deitas-me para um copo. Onde morro afogada. Asfixiada na tua ausência. Não vês o copo ensanguentado?
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De todas as vezes k me vejo assim dentro de um cubo de gelo, pergunto-me se valera a pena tanto esforço e tanta dor por um ideal que acaba por ficar do lado de fora....
mas sempre que faço esta pergunta é porque ja estou dentro do cubo de gelo... e mais uma vez... não há nada a fazer a não ser morrer ou evaporar!!!
:)
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Hoje, foram as tuas palavras que serviram de tela para mais uma composição... nova? Certamente que não, mas o que realmente importa é a intensidade das cores e, hoje, decidimos pela ausência de intensidade e pela cor azul... que outra poderia ser?
o azul e o ensanguentado... quase perfeito