Notícias do fundo (de mim)
Em 21 outubro 2006 choveram pedacinhos de Green Tea | E-mail this post
Quebro. Quebro-me. Quebro-me e estilhaço-me. Quebro-me e estilhaço-me, padecendo a teus pés. Em surdina. Amarrotada e deitada fora. Sou uma folha de papel grossa pingada da chuva.
Dei sim, eu já dei ... eu dei esses passos que nos separavam, estiquei a mão trémula e quase te senti. Quase te senti a fugir e voltar o rosto. Fugaz o relance, bem sei. Eu sei. Sou uma página que marcaste e dobraste, onde hás-de voltar. Ao livro das histórias intermináveis. Cheias de nós.
Somos túmulos, sabes? Mudos e eternos. Frios e angulosos. Assombrados talvez. Sei que me espreitas, sabes que te olho. E não falei contigo porque as palavras quase me atraiçoam, as palavras custam a sair. E saem assim secas, apenas uma bandeira branca. Já chega. Tudo teve um fim, eu estou cá! E vou estar. Agora. Amanhã. Como tu. Dei. Escorri as minhas palavras, sequei-me no calor da tua mão, e aproximei o mais que pude sem ferver os olhos. Queimei-me mesmo assim, mas valeu a pena ainda que o teu silêncio persista.
Dá-me a tua mão. Ou um sorriso. Ou um olhar. Uma palavra? Um sopro de ti, só para morrer mais um pouco. E assim vivo mais, renasço noutras palavras. Porque olhe e siga eu qualquer caminho, só valerá a pena se te encontrar lá.
os dois ultimos parágrafos estao qualquer coisa de espectacular!...
k lindo...
"Um sopro de ti, só para morrer mais um pouco"
:) ***
Está tão bonito.. :)
(olha a notícias do fundo ;P )
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B.