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E agora despedia-me baixinho do escuro e gatinhava até ti. Entrelaçava-me nos teus dedos e deixava-me ficar. Só porque tenho frio e as costas rangem de saudade. E tudo ficaria perdido no tempo do que fomos e não voltámos a ser. Dir-te-ia, de todas as vezes que os meus olhos te encontrassem, que te vejo sempre. Ficas colado na minha mão, sempre. E sempre é uma palavra tão doce, podemos abri-la e ela permanece, feita a letra de impressa ou a manuscrito medieval, fica iluminada por todas as promessas que já se fizeram sob si mesma, "amo-te para sempre", "odeio-te para sempre", "estarei sempre aqui", todas os sempres deste mundo não caberiam nesta palavra. Então não te vejo sempre.Mas agora, mais do que sempre, apetecia-me despedir do escuro morrinhento, despir o azul e negro que resta em mim, e ir ter contigo, atravessar cada átomo de distância como se a distância se medisse, e chegar ao pé de ti, enrolar-me na ponta dos teus dedos, só até chegares também... 

Avisas-me, quando chegares?



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