A noite dos fantasmas
Em 12 maio 2007 choveram pedacinhos de Green Tea | E-mail this post
Ergues-te no meio da bruma, a medo. Dás sentido, dás cor, és sentido e tens cor, nos olhos, no rosto, no coração. E o mundo estremece quando sorris, quando te deixas ser, apenas ser, sem gestos nem disfarces. E rio, sorrio, perto do rio, que me sustenta, rio para me aguentar.
Estava tão longe... Estive tão longe, e o tempo desfez-se em ínfimas partículas de arco-íris que trazem escondido o teu cheiro, a tua mão, fria, que se faz quente quando me toca. Eu amo, mas preciso de saber porquê.
Fechei, eu sei que não me esqueci de fechar a porta e deixar-te lá fora, ao frio e à chuva que me desejaste outrora. Eu sei, eu quis demais, mas entendo agora que nunca te deixei. Dás sentido, és sentido. Só que eu já não sei, mudou a força da razão, e não fui em que a mudei, e em vez de encheres o ar com a luz que te traçava o rosto, trazes a tristeza de saber que o que foi não volta a ser. Amo-te, pelo que me deste, pelo sorriso que desenhas em mim, amo-te pela certeza de te conhecer como pouca gente, amo-te, sim! Mas não assim, não agora, não sem provares da incerteza que agora guardo em mim, vinda de uma terra distante, de um nome distante, de uma cor diferente e cheia de tonalidades que um dia julguei que poderias ter entendido.
Diz-me, como foi saber que deitaste tudo a perder?
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