... daquelas que ao ruir não deixam nada.
Quem me dera ter o sorriso tatuado na cara, para sorrir sempre que encontro o nada.
Quem me dera acreditar que ainda sou eu, ainda, depois de tudo.
Implodem, parecem enfeites de carnaval, a pairar, a esvoaçar, cheios de alegria colorida e vazios afinal.
Quem me dera ter contado os passos, só para saber o caminho de volta.
Quem me dera não ser eu aqui.
E deixam apenas um buraco, uma cratera, bafienta, cheia de remorsos por ter demorado tanto tempo a formar-se. E um longe. Uma distância. Uns quaisquer cumprimentos, que de nada servem. Sentidos pêsames ou olás tartamudeados. Irónicos e dispensáveis.
Quem me dera nunca ter olhado para aí.
Quem me dera nunca ter descoberto.
O tiro não me passou ao lado. Nunca passa...
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