Era tão bom subir
Em 25 março 2007 choveram pedacinhos de Green Tea | E-mail this post
Deixa-me cair. Deixa-me provar que não sei flutuar sem os teus braços.
Deixa-me morrer de sede, definhar de ausência.
Larga-me no meio do deserto, onde o calor do teu abraço não chega. Desliga a máquina da esperança, que não serve para nada.
Deixa-me morta de fome para ser alimento de abutres, estende-me numa cova aberta pelas tuas mãos.
Cala-me à força de murros e bofetadas, encosta-me à parede nua e deixa-me morrer de frio. Deixa-me a cara negra, arranca-me a pele, tritura-me a carne e os sonhos.
Deixa-me afogar e queimar-me na lava desta fúria. Arrasta-me pela estrada de calhaus, angulosos e que ferem o corpo. Atira-me dum barranco, enterra-me viva.
Deixa-me cair, simplesmente.
Porque morta já eu estou.
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