Encontro o espelho embaciado, e continuo a repetir baixinho, de forma a não te acordar, tu que dormes dentro do meu coração. Cada som desprende-se dos meus lábios com a força e a fragilidade de uma espera que quero breve.
Morro nesse abraço em que te senti tão perto e tão doloroso. Foi o querer que não se podia concretizar, momento tão longo que durou tão pouco. Ainda te sinto, quase trémulo, quase tudo em mim, morri pela dor de não te olhar enquanto só nós podíamos sentir o vento na cara dessa viagem em que deixamos a solidão em terras lusas.
Descobri que não é amar sem retorno que fere mais. A minha cicatriz é mais funda porque me amas também, porque me queres também. E só isso a torna mais suportável no abismo de dizer adeus, até quando?
Não, não te quero acordar, então digo-o ao espelho, lendo-te e adivinhando-te nos meus olhos arco-íris.
Amo-te.
Gosto de ti.
Adoro tu.
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