E o silêncio, aqui tão perto
Em 12 novembro 2006 choveram pedacinhos de Green Tea | E-mail this post
Resta-me apenas encolher os ombros, beber o vinho, cuspi-lo violentamente para o chão, e fechar a janela. Fechar a porta.
Sentir o quase vazio chegar colado ao vento brando. Fechar um cadeado e ter a coragem de o não voltar a abrir.
Dizem que as cicatrizes são bonitas pelo que nos gravam na memória e na pele de que somos feitos. Se assim for, guardo estas. E as outras. No silêncio invísivel e inexplicável que nos rodeia. No silêncio adivinho a despreocupação. Outrora doía sem ferir, agora fere sem doer, tanta a dormência que me envolve. Sinto as mãos à volta do pescoço do coração, mas sei que não são tuas. Sou só eu a tentar calar-te no meio do teu silêncio.
Deixo cair o copo, estilhaçado em todas as direcções que acabam por ir dar a ti. Ínfimos restos de castelos construídos enquanto sorrimos. Caíram por terra, sem o menor som. Como eu.
~ não me dês a tua mão, nunca poderíamos ter sido alguém,
parece que a vida não era mesmo feita para nós ~
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