Fui ao café onde passo o tempo quando me preparo para a independência rodoviária, onde me conhecem e sorriem porque eu sorrio e troco alguns pedacinhos dos meus tempos livres.
As mesas são azuis, e têm tampo de vidro, era nisto que estava a reparar quando me ocorreu o pensamento de que estou sózinha. Só, porque sózinha, como todos os diminutivos, apela à pena fácil, à clemência de quem não está melhor que eu.
As mesas são azuis, e em todas estão várias pessoas. Só a minha me faz companhia solitária, porque as outras descansam enquanto as pessoas conversam.
19h45, o homem já lá deve estar. E mais vale só no meio da rua, como quem espera, do que no café porque não vem mais ninguém juntar-se à minha mesa.
Espero... como sempre atrasado. Espero, felizmente ao frio na rua. As mesas azuis já estão quentinhas no café fechado.
Sempre gostei de ter tempo e espaço meu. Ou sempre quis gostar. Mas hoje percebi que são azuis as minhas correntes, e cegas à minha vontade e ao meu querer.
Fujo para quem foge de mim. Mas ao menos encontro-me.
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