No quentinho da distância
Em 14 janeiro 2006 choveram pedacinhos de Green Tea | E-mail this post
No quentinho da distância onde não me encontro vou fazendo de conta que a noite só chega quando o sol se põe... Sei que assim não, que esta noite me faz pesar a respiração, como hoje de manhã, que só maldizia o pó e o frio, mas a falta de ar foi mais do que falta de ar, foi falta de vida.
E à noite... à noite fecho o Media Player, com revolta e incerteza dentro de mim. Porquê a distância? Porque tem de ser!? Não adianta perguntar, são só lamentos de mais uma no meio de tantos e tantas que não entendem, não compreendem (e verdadeiramente, nem é a compreensão que procuramos).
Tenho cicatrizes salgadas no meu corpo, que não saram, e queimam e ardem e matam-me. Feridas que me cobrem o corpo da alma e não se notam tanto quanto marcam. Está sol (só lá fora, aqui continua breu). Ainda bem, dá para usar óculos escuros. Sem eles o mais cego veria estas cicatrizes, este meio sorriso que de riso nada tem, é a esperança desesperançada de quem espera não sabe o quê.
Sou eu, diz o meu BI (a propósito, Doutora, tem de ser renovado), cinco nomes e duas partículas, mas não me vejo lá. A foto é minha, o nome é meu, mas por convenção, que isto é um ser humano, e eu um humano ser seria se soubesse onde está o meu SER. Dói-me a cabeça, e segue um comprimido, eu que nem costumo, a ver se pára esta dor, deviam era haver comprimidos para as dores de vida, mas que remédio senão viver, que morrer é para os fracos, e a minha fraqueza lá me dá forças, quanto mais não seja para viver um dia atrás do outro.
Fecho o Media Player, e o meu meio sorriso, é isso mesmo, meio. Mas sei que não voltarei a estas músicas que aprenderam a descrever-me, enquanto o arco-íris não for meu (seja lá isso o que for) e enquanto não deixar de ter fome de mousse.
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