Pausa para mim, de mim para mim, sem grandes explicações, que as palavras são como o fumo, soltam-se e desprendem-se de nós sem que as possamos reter, voltem cá, não me deixem...Laranja Mecânica: És tão parva! Sempre a tentar agradar, onde pensas tu chegar? És gasta, não vais para além da simpatia superficial... ninguém te quer.Laranjinha: Não, mas não posso ser só como tu, sempre a ser o que não sou, toda géniozinho da lâmpada fundida. Preciso que gostem de mim e que puxem pela simplicidade do sorriso, cúmplice no gesto fácil e da melodia anunciada nas estrelas!Laranja Mecânica: E para quê, sua tonta? Que resultados tens tido? Nenhuns, tens uma carapaça de vidro que não serve, nunca serviu.Laranjinha: Tu é que és a minha carapaça! Tu é que és tão frágil como eu... Achas mesmo que alguém te liga? Limitas-te a papaguear o que sabes que os outros querem ouvir. És lixo, és buraco, és falsa... Não és nada!Laranja Mecânica: Pois sou. Tanto como tu! Mas a César o que de César é... sou tão mais que muitos outros, frágeis cacos como nós. Sou mais. Sou a falsidade que ilude, que serve enquanto não deixar que se aproximem.Laranjinha: Só que eu quero que se aproximem!!! Nunca deixas!Laranja Mecânica: Eu também quero, mas não consigo... Dona aranha, nada disto faz sentido!!!
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