Eu para além de mim
Em 11 janeiro 2006 choveram pedacinhos de Green Tea | E-mail this post
Eu para além de mim...
Passei o rio do meu arco-íris. Estava do lado do Sol e fui parar à noite, o frio, o frio doía nos ossos. Estava um ar fino e limpo, uma luz da Lua trémula e distante, parda não, branca gélida sim. Da minha janela de cetim metálico procurei-o... a ver a lua e a mandar beijos por ela, estás a receber?Ele não recebeu. A Lua fazia caretas que eu não compreendia, ora sorria ora ironizava a minha pequena presença. Luar de presença. É de noite, pois claro, e a Lua prega as partidas que bem entende, aproveita enquanto é dona e senhora dos destinos dos homens. Mulher, mulher como eu, a enganar-se, a enganar-me. Beleza fria e traiçoeira... Cara redonda, preta e branca, com sobrancelhas e pestanas desenhadas qual figura imaginária que o tem escondido na virtualidade impossível de quem não me espera.O meu arco-íris solar ficou bem lá atrás... Sejam agressivos, diz o meu papel cor de laranja. Aproveitem, acrescento eu ao desafio. Repto mudo.Sou muito boa nisto. Quem me rodeia na competição aprende, quem está acima aprova. É no meio de livros e fotocópias ásperas que me liberto, que escolho o caminho que não quero. É a perversão de me saber acima dos outros e não querer querendo que reparem nisso. Sou um aborto, diria o mesmo Paulo que já citei. Não sou. Sou um génio. Também não.Não sou nada e tenho tudo em mim.Estou para além de mim...
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