Deixa-me descascar lentamente. E abandonar-me em confiança.
Perder-me em ti faz frio. Talvez seja o mesmo medo de sempre, mas esqueci que o verde dos teus olhos é mais profundo que mil oceanos de medo. E esse toque leve trouxe cheiro de campo até mim. Perco-me em ti, sim, e és vida que escorre pelas asas que te tento esconder.
E seria em ti que eu tudo acreditaria, se houvesse tempo, mas o tempo, esse tempo, nunca virá. Temos medo. Eu tenho. Tu terás, se me conheceres.
* * *
* * *
Afinal. Afinal és mais. Muito mais, eu sabia, sempre soube, e lembras-te quando no escuro te chamava de "meu amor"? Lembrei-me dessa altura, desse sorriso tímido que tentámos esconder e se desfez em fumo. Amei-te, meu amor, e depois passou, não rápido nem leve, passou como uma chaga que por ti aprendi a conhecer.
Talvez violeta, essa chaga, e é nela que te amo, te trarei sempre em mim, agora que descobri que também tens asas.
Amo-te, mas não o saberás. vai ser o nosso segredo que só eu saberei. Talvez só eu o tenha sabido sempre.
~ todas as dúvidas e todas as histórias se cruzam em todos os olhares que alguma vez tememos. sou eu e são muitos espelhos onde vos revejo ~
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