Remar, remar
Em 30 agosto 2007 choveram pedacinhos de Green Tea | E-mail this post
Pergunto-me como é possível voar para tão longe. Rasgar um corpo e deixar a alma a flutuar num desdém quase enfadonho.
Soltar mãos que roçam as cordas e os cabos, estendidos com firmeza. Ásperos, rugosos, quase eternos.
É como entrar numa gruta, e entrar na gruta do que se esqueceu é como andar de bicicleta de braços a abraçar o sol. Nunca se esquece...
Fechar portas, nem sempre verdes, apagar, riscar, gastar borrachas indefesas contra cicatrizes.
Ouço o estalar dos passos. Mas não são os nossos passos, nem estas pegadas se parecem com as que sulcámos ao longo do caminho. E o caminho faz-se a andar, não era?
Parece que o tempo já se esgotou há tantos anos. Parece que já fui mais do que sou, e sou menos do que serei. Sou azul.
Mas éramos arco-íris a florescer, e somos cinza desfeita em sorrisos cordiais, mas vale mandar-nos à merda.
Ainda estou na quimera... em busca da ilha do tesouro. Abro as asas, rompo as nuvens e sugo toda a atmosfera na grandiosidade dos meus átomos.
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