Parece-me que algo muda quando tudo persiste inerte.
Afigura-se que a agonia é contagiosa, o desespero contagia-se e a tristeza cola-se pegajosa às esponjas da alma.
Há uma fartura de farturas, de sobrecargas e obrigações quando a tristeza se desliza em apatia. O essencial. Que falta, que muda, que desaparece.
Todos vocês me parecem ruídos de fundo, com sorrisos postiços, com belezas entranhadas em histórias que não são a minha. Como se para dentro da vossa bolha cor-de-rosa, se estendessem tapetes de misericórdia divina, como se fosse possível olharmo-nos como iguais.
Não sei se vos desprezo se vos invejo. Talvez tudo isso ao mesmo tempo. Queria essa paz, essa facilidade, esse sorriso, mas o verdadeiro, não o que fazem para as fotografias.
Este é o pão que o diabo amassou. Não tem sal. Está seco. Duro e sabe a podre. Mas alimenta.
E este é o último pedaço, desejem-me bom apetite.
0 Gotas que choveram em “...”
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