Domingo (nós podemos não ganhar, mas ... é suposto saberes o resto)


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Não escrevo posts por encomenda. Esta será a excepção que confirmará a regra. Está devidamente assinalada assim. Quem estiver habituado ao que costumo escrever, é favor passar à frente, para a segunda parte do post, também devidamente assinalado, mas de uma outra cor.

DOMINGO
Tenho um bilhete na carteira. De futebol. Até aqui nada estranho. Ora aproximemos o bilhete e vemos que lá está SLB, e não SCP. O que raio fez isto na minha mão? Boa pergunta. Ora vou explicar...
Domingo à tarde. Podre, como podre tenho andando não interessam tanto as razões como os factos. Depois de fechar os olhos porque três horas de sono não apagam os efeitos acumulados de sono, stress e o resto que tem servido para compensar, depois disto, sento-me ao computador, pronta para mergulhar no raio do trabalho que me andava a esvair a cabeça e os neurónios.
Nem dois minutos, garanto, e a proposta: queres ir ver o Benfica? Se isto fosse o messenger, era dois pontos O. Ok, pondera, motivos para ir: sais de casa, vês a bola, voltas à Luz, onde não vais há ano e meio, e, claro, convidaram-te para ir. Contras: o Benfica joga à mesma hora que o Sporting, e eu não sou benfiquista, a Luz estará cheia de lampiões a gritar por tudo o que é lado, a tua companhia é benfiquista, não vendem cerveja com álcool na Luz, o que raio vais tu lá fazer, quando estás com as pessoas te baralhas toda e nunca abres a boca para dizer algo digno de registo ... muito menos quando tens sono.
Pesadas as razões e contradições, toca a levantar, calçar os primeiros ténis que me aparecerem à frente do nariz, encomendar o relato via SMS do jogo do Sporting, e siga. Caminho para lá: sono, muito sono, só pensava em não adormecer (má onda). Não me lembro de grande coisa do caminho. Sei que passámos perto da casa de pessoas conhecidas, mas como o resto das pessoas não fazia a mínima ideia quem eram, não valia a pena estar a dizer "Ali mora A e ali mora B".
Entrar no estádio. Bom, não foi novidade, tenho de reconhecer que tem os degraus mais baixos do que o estádio de Alvalade, e isso é bom. Estava, como sempre, era preciso não me conhecer, meio a tentar orientar-me, porque de cada vez que entro no estádio a entrada é diferente e o sítio onde fico também. E eu não sou do Benfica, convém não esquecer. Momento grande: olhar para o relvado pela primeira vez. Bate. Mexe. Sinto-me pequenina no meio do estádio. Passou rápido, foi só sentar-me no meio de um mar vermelho. Às tantas nem era o futebol que me cativava, era ver como aquela multidão toda lá estava, sim, bigodes à taxista incluidos, numa só voz num só corpo. Mas isso eu já sabia. Tenho olhos na cara, que olham, mas também vêem. E também torci pelo Benfica quando joga na Europa.
Bem, joga aqui, joga ali, os pormenores não interessam. Golo do Benfica. Cinquenta e uma mil e tal pessoas de pé, o estádio todo ... todo não, eu fiquei sentadinha a apreciar o espectáculo. De referir que o Sporting também estava a ganhar, dois pontos parêntesis direito.
Intervalo. Já estava meio acordada, jogos a meio da tarde têm este efeito, estava meio, mas só meio acordada. Intervalo é o tempo do cigarro e da cerveja. Cerveja, só havia sem álcool (já a seguir). E tabaco, enfim, havia mas fez-se como se não houvesse. Sem tabaco, sem cerveja... o que raio faço no intervalo, além de ver sketches humorísticos anti-sportinguistas? Observo. É o que faço melhor. Olho, e vejo. E deixo-me estar. Estou bem, sinto-me bem ali.
Reconheço, a entrada do Karagounis arrancou-me uns momentos de simpatia. Já disse num post (muito) anterior que tinha tentado sentir as coisas do outro lado. Não dá. Não deu. Porque o coração continua a ter razões que a razão desconhece. Mas também porque referirem-se aos sportinguistas como algo mau, nojento, asqueroso, e digno de ser usado para insultar o árbitro, não me inspira propriamente simpatia.
Fim do jogo. O Sporting ganhou. O Benfica também. O sol ainda dava alguma luz. Mares de gente, eu a falar ao telemóvel, o telemóvel a lembrar-me que a aliança terapêutica se relaciona diferencialmente com a satisfação do cliente e com os resultados. Pois, o trabalho que tinha deixado no computador devia estar a rir-se de e para mim.
Chegar a casa pelo caminho mais estranho para fazer. Foi bom, deu para acordar. E para sentir que tinha sido bom ver o jogo.
Mesmo que fosse o do Benfica, ou sobretudo porque foi o do Benfica.
* * * * * * * * * * *
DIREITO A OPOSIÇÃO
Eis a descrição de um fim de tarde diferente, com gente diferente, com eu diferente. Sabes que não fui ver o jogo só pelo jogo. Sabes que foi mais importante para mim o sol, o ar, o rir-me, o stressar-me, o ambiente, a história. Não foi só o jogo. Sabes que o que vivi aí foi o que escrevi no post antes deste. Sim, estas palavras de que me devia curar, como disseste. E sabendo tudo isto, pediste-me para escrever sobre o jogo. Pediste-me para escrever sobre como tinha deixado o meu coração num lado e o meu corpo no outro. O jogo, um jogo. Sabes que já tinha visto o Benfica jogar com o Porto e vim de lá eufórica, não tenho nada a provar-te. E sabendo tudo isto, ou tendo sabido e já esquecido, pediste-me para escrever sobre o jogo que fui ver.
Olhas, mas não vês. Lês, mas não me lês.
Dois pontos, parêntesis esquerdo.


3 Gotas que choveram em “Domingo (nós podemos não ganhar, mas ... é suposto saberes o resto)”

  1. Anonymous Anónimo 

    não pude deixar de me lembrar da minha ida ao Estádio da Luz (tb eu Sportinguista...) e tu sabes disso. Pois está certo q n estive lá pelo jogo em si. Foi pela companhia de estar com algumas das pesoas q são mais importantes para mim. Estar com aquelas pessoas com quem me identifico tanto, com quem sinto, falo e penso por vezes em uníssono. Ver aquele ambiente parece ser-me indsignificante, qdo comparado com o sentimento de estar com as pessoas que amo. É o estar ali mas n propriamente para ver um grupo de jogadores vestidos de vermelho. Mas pelas expressões de pessoas q tão bem conheço. E tb de outras (outra) q vou espreitando pelo canto do olho em tom de "estou aqui e sei pq estou aqui".

  2. Anonymous Anónimo 

    Epah, acho q esse gajo não te merece.
    O q tu escreves é espectacular, e ele não percebe isso?
    Fogo, pah, eu sou do benfica, mas acho q se alguém me escrevesse o q tu escreves, queria lá saber disso!
    É q ele não te lê MESMO :S :S :S

  3. Anonymous Anónimo 

    Ena ena tanto comentário!!!
    Pois Liliana ... foi isso mesmo. Puff,alguém que me compreenda.

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