... só mais uma forma de me ausentar daquilo em que eu não quero pensar ...
É ...Escolhemos caminhos distintos. Escolher, escolher não escolhemos, nem fomos escolhidos nem eleitos por essa lei nada universal que é a atracção das cargas inversas.
Quase lamento não ter conseguido já partir inteiramente, mas as pegadas tornam-se viscosas com a distância que me separa do que não se tornou perto.
Nada Nada Nada Nada
Agora é mais difícil manter o nada disfarçado sorrateiramente como se de um fiozinho de lã fugidio se tratasse.
Antes deste nada não havia nada. Do nada nasceu o nada, o nada ganhou força e impôs-se ao nada que não existia antes do nada a não ser nos meus medos. Sentir não é mostrar. Nada. Deixa morrer, repito-me, mas como?
Nada que se instala transparente e fosco, irreal. Tão irreal como o nada, que não me indica o caminho da saída de emergência. Outro mundo, preciso de outro mundo.
Antes deste nada. Nada havia. Era um nada insípido, sem cheiro, sem gosto, sem nada, sem luz de presença. Agora em mim tudo é maior ... hoje o desejo, amanhã nasce o ódio em mim ... Agora o nada velho enruga-se e gasta-se. O supernada chegou, tudo nele é maior. Enganoso, traiçoeiro, mascarado e mascarrado de saudade ... não vou procurar quem espero, eu (já) vi, mas não agarrei... Antes do nada, não havia nada. Agora o nada escureceu em supernada, depois de eu o ter seguido à luz que se fundiu e implodiu dentro de mim. Rumo à dor que houver para vir ... Viro a dor para dentro.
As palavras dos outros ...
O tempo não sabe nada, o tempo não tem razão
O tempo nunca existiu, o tempo é nossa invenção
Se abandonarmos as horas não nos sentimos sós
Meu amor, o tempo somos nós
O espaço tem o volume da imaginação
Além do nosso horizonte existe outra dimensão
O espaço foi construído sem princípio nem fim
Meu amor, huuum, tu cabes dentro de mim
O meu tesouro és tu
Eternamente tu
Não há passos divergentes para quem se quer
Encontrar
A nossa história começa na total escuridão
Onde o mistério ultrapassa a nossa compreensão
A nossa história é o esforço para alcançar a luz
Meu amor, o impossível seduz
O meu tesouro és tu
Eternamente tu
Não há passos divergentes para quem se quer
Encontrar
O meu tesouro és tu
Eternamente tu
Eternamente tu
(sempre Jorge Palma, Eternamente tu, porque o violeta é cor de luto, uma chaga para lembrar que há um fim)
0 Gotas que choveram em “Irreal (do nada ao supernada)”
Enviar um comentário