Não.
A falta que me fizeste não é justa, não é merecida, e o que dei de mim sem dar verdadeiramente é teu, e não posso ter dado o que não é meu.
Procurei-te.
Eram os teus passos que quis seguir, mas não foram eles que ecoaram no passeio molhado da rua esquecida que percorri.
Eram os teus olhos que quis encontrar no meio do fumo e da algazarra, mas não foram os teus olhos que me seguiram.
Era o teu sorriso que eu tentava ver no sorriso dos outros, mas tu não estavas lá, nem um sinal, nem uma palavra.
Era a ti que queria encontrar e abraçar, era a tua mão que queria agarrar para sempre, eram os teus beijos que queria sentir, o teu calor no meu medo, o teu abraço na minha solidão.
Era a ti, só a ti, e não estavas lá. Não me encontraste, não me salvaste da minha fraqueza, não me tiraste do meu abandono.
"És linda"
Não foram tuas estas palavras, que por não terem sido tuas, não me souberam a nada senão a veneno amargo, uma lança que não matou o que sinto por ti, só aguçou mais a falta que me fazes.
E depois...
As tuas letras, os teus acordes a ecoarem no meu sofrimento. A tua marca a ser a primeira coisa que vejo quando saio pela porta. Tu, em todo o lado, a todo o instante.
Era a ti, só a ti ...
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