O amor tem estado sempre perto, nós é que não temos estado cá
Em 18 março 2006 choveram pedacinhos de Green Tea | E-mail this post
Em tantas palavras que aqui vou deixando, mordem-me as letras rasgadas que nos separam de nós.É tão dificíl dizer tanta coisa que já sabemos mas não conseguimos assumir para nós e para os outros. Não olhar, não falar, nem ver nem escutar, quando estamos alertas porque é raro demais estarmos perto.E depois ... e depois quando estamos queremos sempre pensar que não pensamos, queremos não querer, sentir que não sentimos, e vamos fugindo de nós com medo de ser tão real como é isto que sentimos.Percorremos ondas e anos-luz a sonhar acordados em frente a nós, mas, meu amor, não nos dizemos, não nos tocamos, não nos agarramos e não caímos de nós para nós.É a luz dos nossos olhos que se evitam, as palavras que gritamos mudas enquanto papagueamos as nossas desajeitadas incertezas, é essa nossa luz que me faz ter pena de sermos tão pequenos perante a grandeza do que partilhamos.Tanta coisa que podíamos ter aproveitado para segredar, para sussurrar, mas estamos tão preocupados em não pensar, ter medo e esconder. Quem me dera, meu amor, não ter esta arte de conhecer melhor a dor do medo de ser menos, de ser falha aberrante no mundo, quem me dera não ter esta ciência tatuada em cada pensamento. Quem me dera poder não ter medo de que tu tenhas medo. E quem me dera que acreditasses que nada nos faria mal se nos despissemos destas gargalhadas evitantes e nos ríssemos em sintonia.Mas, meu amor, abandonarmos e confiarmos parece cada vez mais longe. Tudo o que podemos dizer é adiado pelos receios que temos de nós próprios, tudo o que podemos fazer é guiado milimetricamente pelo que não queremos dizer. Estamos separados por um vidro fosco, andámos à deriva e encontrámo-nos aqui à porta, sem eu ter coragem de te abrir a porta, e tu com medo de entrar.
Meu amor, desculpa tudo o que não te disse ...
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