Dia mau, muito mau, mesmo ...Estou a escrever e mal vejo o écran ou as teclas, não reconheceria a minha imagem no espelho, não veria nada a não ser cloreto de sódio líquido.Não fui às aulas... so what? What for?Sou uma teia que não termina e não está orientada, a dona aranha enganou-se e esqueceu-se de mim.Arde quando estamos em carne viva. E quando estamos de alma morta?Mas como? Olho e vejo, escuto e ouço, mas nada hoje me faz sorrir verdadeiramente, só esboços complacentes.E quando me ouvem e olham, passa tudo ao lado. Nada me encara, ninguém me vê, ninguém me escuta, porque eu não sei deixar ...Peguei na guitarra (finally!!) e pus-me a fazer não sei o quê... só me lembrava de piadas começadas e saídas do controlo. E assim lá arranjei alguma coisa para trabalhar, para dar sentido a esta coisa peganhenta que está a ser a minha vida. E cola de má qualidade, ainda por cima. Só cola as merdas, e os risos vão-se, com ecos trocistas e piadas fáceis (SIM, FÁCEIS, MAS QUE ME FAZEM FALTA, o que me desconcerta).Que se foda... Choro, e choro aqui mesmo, e cai-me tudo, e dispo-me de medos e convencimentos, e fico só eu assim, uma merda. Uma merda cor de laranja e verde, um vomitório sem fim, que me asfixia, mas sou eu! Não sou, mas sinto que sim, que sou esta pele viscosa que me encerra. O outro lado do arco-íris ri-se de mim.Está escondido, sei lá onde. É o meu eu criança e leve. Também sou eu, é verdade, mas estou tão longe de mim.Aqui e agora, só uma diarreia de mim, uma lágrima a seguir à outra.O puto a rir. O puto a gozar, o puto a sair, o puto a virar costas, o puto a jogar, o puto a sorrir, o puto a olhar (e a não querer ver). O puto a fazer perguntas do que não quer saber, o puto a não dizer, o puto a dizer tudo trocado, o puto sem perceber que dói, o puto a recuar depois de avançar na areia movediça que sou eu. O puto, o puto, o puto.E eu a olhar para o puto.
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